Vinhos do Paraná: passeios cheios de charme para o inverno 21/05/2024 - 17:20

Os vinhos tintos são a melhor opção de bebida para esta época do ano – primeiro, pela temperatura que é consumido (ajuda a aquecer um pouquinho nos dias frios); segundo, por serem vinhos com um pouco mais de concentração – o que harmoniza melhor com caldos, sopas e pratos que temos o hábito de consumir no inverno.

O que pouca gente sabe é que o Paraná produz uvas para vinhos finos em diferentes regiões, inclusive com vinícolas premiadas, tornando o estado um importante polo do enoturismo – modalidade na qual é possível não apenas apreciar a bebida, mas toda a cultura do local em que ela é elaborada.

O Viaje Paraná selecionou algumas opções de passeios para conhecer melhor essa cadeia produtiva, bem como as localidades onde são produzidas e comercializadas e, é claro, para degustar a bebida – boa parte delas bem pertinho da capital, Curitiba:


Cave Colinas de Pedra

 

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Em Piraquara, a 50 minutos de Curitiba, existe um projeto inédito no mundo de maturação de espumantes no interior de um túnel ferroviário em meio a uma área de Mata Atlântica protegida da Serra do Mar paranaense.

A Cave Colinas de Pedra está localizada na antiga estação de trens Roça Nova, adquirida juntamente com o túnel no ano 2000, bem como uma litorina sucateada (atualmente restaurada).

A Cave Colinas de Pedra faz a guarda, maturação e processos finais do vinho espumante, pelo método de elaboração Champenoise, que compreende a rèmuage, dégorgement, adição do licor de expedição, rolha, gaiola e rotulagem.

O impressionante túnel tem uma extensão de 429 metros, com 5 metros de altura e 3,5 metros de largura. A capacidade de armazenamento é de 50.000 garrafas, porém existe uma cave reserva, podendo elevar esse número a 500.000 garrafas.

O restaurante da Cave serve pratos que harmonizam com os espumantes, além de queijos, pães especiais, num ambiente nostálgico muitas vezes interrompido pelo apito dos trens que ainda circulam a poucos metros da velha estação.

A propriedade conta ainda com várias áreas de descanso, com gazebos e redários em meio à Mata Atlântica.

 

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Vinícola Araucária

 

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Localizada na Colônia Muricy, distrito fundado por imigrantes de origem polonesa e italiana em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (1h de carro), produz rótulos premiados em concursos importantes como o “Wines of Brazil Awards”.

Os passeios na vinícola convidam a uma imersão no processo de elaboração do vinho: os visitantes podem caminhar pelo vinhedo e aprender sobre manejo dos parreirais e sobre a história da vinícola. Em seguida acompanham as uvas no processo de vinificação, para conhecer como são elaborados os vinhos. E, por fim, participam de uma degustação. As visitas guiadas acontecem sextas, sábados, domingos e feriados, somente com agendamento, por R$ 80.

Seu restaurante, o Gralha Azul, entroui na lista das 20 melhores experiências gastronômicas da ViniBra Expo, organizadora da Wines of Brazil Awards.

A propriedade contra ainda com trilhas na mata, lago, santuário, cachoeira, área redes no gramado e parquinho para as crianças. E, no inverno, promove a sapecada – tradicional queima de pinhões na fogueira, como faziam nossos antepassados paranaenses.

 

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Vinícola Legado

 

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Também pertinho de Curitiba, no município de Campo Largo (35 minutos de carro), está outra produtora premiada: a Legado, que carrega além da paixão pelos vinhos uma linda história de superação. 

Após o falecimento do marido, em 2003, Heloise Merolli  tornou-se herdeira de uma área rural de criação de suínos e gado leiteiro. Percebeu então que seria necessário que ela e os filhos dessem um novo significado à propriedade, transformando a dor em um projeto positivo.

No intuito de deixar um verdadeiro legado para seus dois filhos, concluiu a pós-graduação em Agronegócio, um curso de sommelier, buscou uma consultoria especializada em viticultura e enologia e, assim, nasceu a Vinícola Legado. Entre 2010 e 2014 encerrou o seu negócio com a suinocultura, transferiu o gado leiteiro para um sócio da Castrolanda e deu início à transformação da propriedade para fins de enoturismo. 

Hoje, a Legado produz de 10 a 15 mil garrafas por ano exclusivamente com uvas próprias e presta assistência técnica a novos produtores na região dos Campos Gerais.

É possível passar um dia em meio à beleza dos vinhedos, vivenciando experiências únicas em suas visitações guiadas e experimentando.

 

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 As uvas com Identidade Geográfica de Bituruna

 

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Bituruna, na região sul do Paraná (320 km de Curitiba), a cerca de 900 metros de altitude, possui uma trajetória quase centenária dedicada a vitivinicultura. Descendentes de italianos se instalaram no município a partir de 1930 e trouxeram consigo mudas de videiras do sul do Brasil. Atualmente são cerca de 117 hectares de uvas de mesa e finas destinadas ao consumo in natura e à elaboração de vinhos e derivados.

Com destaque para a uva aromática Casca Dura, resistente, produtiva e bem adaptada ao solo e clima da região, conferindo vinhos brancos autênticos, frutados e intensos, que conquistaram o reconhecimento de Indicação Geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI): Vinhos de Bituruna.

São quatro vinícolas que fazem vinho com o selo de Identificação Geográfica e abertas à visitação: Sanber, Bertoletti, Dell Mont e DiSanti.

Na Sanber, por exemplo, é possível visitar uma casa original dos primeiros colonizadores da região que atualmente funciona como um museu, com móveis, roupas, acessórios e equipamentos utilizados na produção vinícola à época.

 

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 Caminho do Vinho: cultura italiana e turismo rural

 

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Foto: Arnaldo Alves / ANPr

 

Também em São José dos Pinhais, a apenas 40 minutos de Curitiba, está localizado o Caminho do Vinho, uma rota que passa por 8 vinícolas ou adegas e duas dezenas de restaurantes ou cafés coloniais, além de queijarias, salumerias e casas históricas  de imigrantes italianos – as famílias Daldin, Bortolan, Bim, Juliatto, Pissaia e Possobom foram as primeiras que se estabeleceram na região, no séc. 19, trazendo a tradição da produção artesanal do vinho e outros costumes.

O Caminho fica na Colônia Mergulhão, na área rural, a 10km da sede do município.

As ruínas da primeira Capela encontram-se na chácara da Família Possobom (séc.XIX). Em 1938, foi erigida a segunda Capela de N. Senhora da Imaculada Conceição, em um espaço cedido pela Família Daldin e construída pela comunidade, na estrada principal da Colônia. Em 1992, a Capela foi demolida, dando espaço à atual, preservando-se o Campanário (1952).

O Caminho conta com um bus tour com saídas de Curitiba (Shopping estação) aos sábados, domingos e feriados, com 10 paradas em vinícolas e agroindústrias, a um valor individual de R$ 90. Tem também dois passeios em trenzinhos decorados, com capacidade para 70 e 120 pessoas , que circula pelas principais ruas do roteiro rural, com diversas paradas de  embarque e desembarque.

 

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